
Starlink. Créditos: depositphotos.com / elesws2.com.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está prestes a tomar uma decisão crucial sobre o futuro da conectividade de satélite no Brasil. Na próxima semana, o Conselho de Administração da Anatel avaliará o pedido da Starlink de aumentar significativamente o número de satélites em órbita em relação ao território brasileiro. O Starlink, pertencente ao bilionário Elon Musk, já tem uma presença robusta no país, operando 4.400 satélites que fornecem Internet rápida a 335.000 clientes, representando 60% do mercado da Internet por satélite.
O pedido da Starlink à Anatel, feito em dezembro de 2023, busca autorização para lançar outros 7.500 satélites de segunda geração. Esses novos satélites usariam faixas de frequência nas bandas KA, KU e E, sendo este último novo nesse tipo de operação. A proposta ainda está em análise, com a Superintendência de Grades e Apelações para o fornecimento de Anatel e sugeriu um rascunho de deliberação, que ainda não foi votado.
Quais são as preocupações com a expansão do Starlink?
O processo de autorização enfrenta desafios significativos. Em março de 2025, o conselheiro Alexandre Freire, Relator do processo, levantou questões importantes relacionadas à “soberania digital” e “Segurança e riscos de dados cibernéticos”. Uma das preocupações centrais é a possibilidade de Starlink operar sem integração com as redes nacionais, o que pode resultar em roteamento direto do tráfego brasileiro por satélites, fora da jurisdição nacional. Isso levantaria questões sobre a inspeção da Anatel e a conformidade com os padrões brasileiros.
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– Starlink (@starlink) 18 de março de 2025
Como a competição reage ao crescimento do Starlink?
A expansão da Starlink também gerou reações de seus concorrentes. Durante a consulta pública realizada por Anatel, as empresas do setor expressaram suas preocupações. A União Nacional das Empresas de Telecomunicações de Satélite (Sindisat), que representa empresas como Claro, Hughes, SES, Intelsat, Eutelsat e Hispasat, se expressaram contra a aprovação do pedido de Starlink. Eles argumentam que a nova geração de satélites é “totalmente diferente” do anterior, o que justificaria a necessidade de uma nova licença, em vez de uma simples modificação da existente.
Futuro da conectividade de satélite no Brasil
A decisão de Anatel terá implicações significativas para o futuro da conectividade de satélite no Brasil. Se aprovado, o Starlink poderá expandir sua infraestrutura e potencialmente aumentar sua participação de mercado. No entanto, a decisão também precisa equilibrar questões de segurança nacional e competitividade no setor. A expansão do Starlink representa uma oportunidade para melhorar a conectividade em áreas remotas, mas também traz desafios regulatórios e de mercado que precisam ser cuidadosamente considerados.
Enquanto Anatel se prepara para tomar sua decisão, o setor de telecomunicações aguarda ansiosamente o resultado, o que pode redefinir o cenário da Internet de satélite no Brasil nos próximos anos.